Mudança de tempo e estação no decorrer da semana

A semana começa com circulação marítima. Na terça-feira uma nova frente fria se deslocará em direção ao estado, passando por aqui na quarta-feira. Depois, circulação marítima associada a áreas de instabilidade. Dessa forma as condições de bons períodos de sol se manterão até terça-feira. Para o resto da semana presença constante das nuvens com chuva diária e trovoada isolada. Observe a imagem de satélite (figura 1) dessa noite pouca nebulosidade em Santa Catarina e a frente fria se intensificando sobre o Uruguai (colorido).

Nessa segunda-feira, mais precisamente, às 12 horas e 33 minutos começará nosso outono astronômico, equinócio de outono. A princípio o equinócio se refere a duração iguais entre dia e noite. No caso de Itajaí, pela sua posição, esse dia será no sábado, dia 25, com nascer do sol às 6 horas e 20 minutos e pôr do sol às 18 horas e 20 minutos, ou seja, 12 horas para dia e noite. A La Niña que vinha atuando a bastante tempo, termina. A partir de maio o El Niño chegará, mas de forma fraca até o fim do ano, ou seja, inverno e primavera será influenciado por ele, o outono ainda não (figura 2).

Imagem do satélite GOES 16/NOAA/EUA – Canal True-Color + IR 10,35 µm – dia – 19/03/2023 – Hora local: 19:30 – Sul do Brasil. Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)/Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)/Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DAS) modificado por LabClima/UNIVALI. Clique para ampliar.

Figura 2: Previsão para anomalias no El Niño. Fonte: NCEP/NOAA – Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service – EUA.

Segunda e terça-feira terão bons períodos de sol como no fim de semana. Condições de chuva com trovoada a partir do final da tarde de terça-feira. Para o período de quarta-feira até o domingo a nebulosidade estará sempre presente com maiores ou menores períodos de sol. Condições de chuva diária com trovoada isolada. A princípio quarta, quinta e sexta-feira com volume igual ou acima de 10 mm/dia. Nos demais dias volumes menores.

A semana começa com calor com máximas entre 32/34°C para segunda e terça. Para quarta, quinta e sexta-feira mínimas entre 19/20°C e máximas entre 27/30°C. No fim de semana temperaturas entre 20/31°C.

Na semana maior frequência de vento das direções de noroeste/nordeste e, depois, de sudoeste/sudeste. A intensidade ficará entre calmaria e brisa leve. Rajadas médias inferiores a 30 km/h com exceção de sábado acima de 40 km/h.

Em nossas praias ondas variando entre as direções de leste e sudeste dependendo do pico. O tamanho médio na maioria dos dias ficará entre liso e meio metro.

Sem agitação marinha na costa e próximo da costa com ondas entre 1 e 2 metros.

Nosso outono de 2023

Nesse mês de março a La Niña chega ao seu final. Teremos um período de neutralidade, e a partir de maio um El Niño fraco até o fim do ano (figura 2).

Os modelos apontam para um outono com chuvas dentro da normalidade. A média histórica para a cidade de Itajaí é de 121 mm para abril, 120 mm para maio e 112 mm em junho.

O outono é uma estação de transição. Assim em sua primeira metade permanece as características do verão, depois a do inverno.

Os modelos climáticos indicam temperaturas na média/acima da média. Usamos a média das máximas e mínimas que fica próximo do nosso dia a dia. A média das máximas para o trimestre de abril/maio/junho são 27,0/24,1/22,1°C. Para as mínimas são de 18,0/14,7/12,7°C. Perceba que historicamente abril fica mais fresco, com manhãs na casa dos 18°C e tardes na casa dos 27°C.

Lembrando que com a chegada do outono, aumenta as entradas de frentes frias. Assim condições de eventos pontuais de mais frio e chance de marés meteorológicas que trazem ressaca ao nosso litoral.

Sol entre nuvens para o fim de semana

Para esse fim de semana estaremos sob a influência da circulação marítima após a passagem de uma frente fria. Na segunda-feira uma nova frente fria se deslocará em direção ao nosso estado. Passará pela nossa região na terça-feira. O sol aparecerá nesse fim de semana com chance de chuva bem isolada. Observe a imagem de satélite dessa noite a frente fria na altura do Rio de Janeiro (colorido) e alguma nebulosidade no nosso litoral por causa da circulação marítima.

Imagem do satélite GOES 16/NOAA/EUA – Canal True-Color + IR 10,35 µm – dia – 29/12/2022 – Hora local: 20:20 – Sul do Brasil. Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)/Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)/Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DAS) modificado por LabClima/UNIVALI. Clique para ampliar.

Fez calor hoje. A máxima em Itajaí foi de 31,2°C e em Camboriú de 32,9°C. Essa condição não mudará nesse final de semana. É esperado mínimas entre 20/21°C e máximas entre 29/32°C. Segunda-feira quente com máxima de 31°C. Queda na terça-feira com máxima de 25°C. Depois as temperaturas subirão gradativamente.

O vento de nordeste predominará até segunda-feira com intensidade entre calmaria e brisa leve. A partir de terça-feira vento das direções de sudoeste e sudeste com rajadas fortes maiores que 40 km/h.

Em nossas praias predomínio das ondas de leste com alguma variação. Tamanho entre liso e meio metro para esse fim de semana. Tendência de subida a partir da terça-feira.

Fora da costa ondas entre 1 e 2 metros.

Verão de 2023

Os modelos indicam verão saindo da La Niña para a condição de neutralidade. O prognósticos é que teremos chuvas na média ou levemente abaixo da média, e temperaturas na média ou acima da média para os meses de janeiro e fevereiro.

Primavera de 2022

A primavera astronômica começará nesta quinta-feira às 22 horas e 4 minutos com o equinócio da primavera no hemisfério sul. A estação nesse ano estará sob a influência da La Niña com intensidade fraca (figuras 1 e 2). Os modelos indicam para outubro e novembro temperaturas negativas no Oceano Pacífico de 1,1°C e 0,9°C para dezembro. Lembrando que La Niña é um fenômeno oceano-atmosférico de resfriamento anormal das águas tropicais do Oceano Pacífico. O padrão é a partir de 0,5°C negativos. A partir de fevereiro de 2023 teremos neutralidade climatológica (entre 0,5°C negativo e positivo). Como característica geral para a região sul a La Niña traz irregularidade para precipitação, tanto espaço como temporalmente, ou seja, vários dias sem chuva e depois chove intensamente num período curto. Estiagem ou seca numa região e noutra não. Cabe ressaltar que junto ao litoral essas condições são amenizadas pela evaporação do oceano, circulação marítima, que trazem chuva convectiva local. Para a temperatura o efeito é de valores abaixo da média histórica. Teremos dias com muito calor, outros nem tanto, mas ao final da estação, será um pouco mais fria que o esperado.

Figura 1: Previsão para anomalias no El Niño. Fonte: NCEP/NOAA – Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service – EUA.
Figura 2: Modelo de probabilidade de El Niño – IRI ENSO. Fonte: International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University – EUA.

Não existe consenso entre os modelos internacionais, e nem mesmo, para os nacionais. O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) indica totais de chuva para o trimestre de outubro, novembro e dezembro de 500 mm para o litoral central e norte, que estaria próximo da normalidade para nossa região. Se considerarmos os valores de anomalia mensal esse modelo indica 35% de probabilidade de chuva na média/abaixo da média para outubro, 60% para novembro e 45% para dezembro. O modelo NCEP/NOAA (Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service) indica precipitação dentro da normalidade. O modelo IRI/Columbia (International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University) indica probabilidade de 40% de chuva na média/abaixo da média histórica para outubro e novembro e dentro da média para dezembro. Esse ano já começou com La Niña. Tivemos chuva abaixo da média nos meses de janeiro, fevereiro, abril e julho. Na normalidade em março e junho. Acima da média os meses de maio e agosto. O mês de setembro, até hoje, choveu 81% do esperado. A média histórica de Itajaí para o trimestre é de 152 mm para outubro, 151 mm para novembro e 162 mm para dezembro. Observando a maioria dos modelos ficaremos próximo disso.

Quanto as temperaturas os modelos nacionais apontam para probabilidade de 40% na média/abaixo da média para outubro, dentro da média para novembro e 60% na média/abaixo da média para dezembro. Anomalias médias de 0,2°C negativos para esse trimestre. O modelo do NCEP/NOAA coloca temperaturas na média histórica. Já o modelo IRI/Columbia indica probabilidade entre 40/45°C na média/abaixo da média para outubro e novembro, e na média para dezembro. O valor mensal da média das máximas e mínimas de Itajaí, mais próximo do que acontece diariamente, são de 24,6/16,9°C para outubro, 26,6/18,4°C para novembro e 28,6/20,0°C para dezembro.

Outros dados para essa primavera. A média da umidade relativa do ar para esse trimestre em Itajaí fica entre 80 e 82%. Pelos dados históricos o vento de nordeste predomina nesse período.

Finalizando é sempre bom lembrar que essa é uma estação de transição. Assim na sua primeira parte tem características de inverno com temperaturas mais amenas e na segunda do verão, com calor presente.

Anomalias significativas e eventos climáticos de junho de 2022.

Por Murilo Soares, Oceanógrafo

A temperatura média global continuou com a tendência notavelmente quente de 2022, já que tanto o mês junho, quanto o ano até agora ficaram em sexto lugar como o mais quente já registrado.

Além disso, o gelo marinho global atingiu mínimos quase recordes no mês passado, com a Antártida tendo sua menor cobertura de gelo em junho já registrada, de acordo com cientistas NCEI (National Centers for Environmental Information) da NOAA (National Oceanic & Atmospheric Administration).

Analisando o clima com alguns números de junho de 2022:

A temperatura média da superfície global (terra e oceano) foi de 0,87°C acima da média do século 20 de 15,5°C, tornando o sexto mês mais quente no recorde de 143 anos.

Junho de 2022 foi o 46º junho consecutivo e o 450º mês consecutivo com temperaturas acima da média do século XX. Desde 2010 foram registrados os dez junhos mais quentes.

Olhando apenas para a temperatura da terra, junho de 2022 foi o segundo junho mais quente do Hemisfério Norte já registrado com 1,56°C acima da média – atrás do recorde de junho de 2021. A Europa e a Ásia também tiveram registrada sua segunda temperatura terrestre mais quente nesse mês.

A primeira metade de 2022 ficou em sexto lugar mais quente, com uma temperatura global de 0,85°C acima da média do século 20 de 13,5°C.

De acordo com as “Perspectivas de Temperatura Anual Global” do NCEI/NOAA, há mais de 99% de chance de que 2022 esteja entre os 10 anos mais quentes já registrados, mas apenas 11% de chance de estar entre os cinco mais quentes.

A atividade dos ciclones tropicais se manteve na média para junho de 2022, que produziu cinco tempestades nomeadas em todo o mundo, o que é normal para junho. Apenas um deles, o furacão Blas no Pacífico Oriental, atingiu a força do ciclone tropical (120 km/h). Embora a tempestade tropical Alex de junho, tenha sido apenas uma tempestade tropical por aproximadamente 30 horas, foi a primeira tempestade nomeada do Atlântico da temporada.

Grande parte da América do Sul experimentou temperaturas próximas das mais frias do que a média normal para o mês de junho, com isso tivemos o mês mais frio desde o ano de 2006.

Texto adaptado de National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) – News & Features de 14/07/2022.

Link da matéria: https://www.noaa.gov/news/june-2022-was-earths-6th-warmest-on-record

Figura 1 – Anomalias e eventos climáticos significativos selecionados: junho de 2022. Fonte: NOAA/EUA.
Figura 2 – Percentis de temperatura terrestre e oceânica junho de 2022. Fonte: NOAA/EUA
Figura 3 – Temperatura média da Terra e do Oceano de junho de 2022. Fonte: NOAA/EUA.

Inverno de 2022

Amanhã às 6 horas e 14 minutos começará o inverno astronômico com o solstício de inverno de 2022. O dia será mais curto e a noite mais longa. Essa é uma característica dessa estação, e assim será nos próximos dias, com amanhecer tardio e anoitecer mais cedo. Esse inverno estará sob a influência da La Niña com intensidade fraca. A La Niña atua desde julho de 2021 (figura 1), e se manterá no mínimo até novembro (figura 2). A La Niña tem como características gerais para a região sul temperaturas mais amenas, ou seja, o inverno mais frio, um verão mais fresco. Também influencia o regime de chuvas, trazendo irregularidade na precipitação, tanto no espaço, como no tempo. Assim pode chover bem numa região, e noutra não. Estiagem, e logo após, chuvas concentradas. Lembrando que a intensidade está fraca, e assim atenua essas características, como também outros fatores regionais e locais que influenciam.

Figura 1: Previsão para anomalias no El Niño. Fonte: NCEP/NOAA – Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service – EUA.

Figura 2: Modelo de probabilidade de El Niño – IRI ENSO. Fonte: International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University – EUA.

Não há um consenso entre os modelos internacionais e nacionais, mas algumas proximidades nos prognósticos. Quanto a precipitação para o trimestre de julho, agosto e setembro indicam chuva abaixo da média histórica. Alguns modelos colocam 50% de chance de chuva abaixo da média para julho, 40% para agosto e setembro. No interior do estado a chance aumenta para 50% em setembro. Quanto a anomalia negativa chance de 50 mm de chuva no litoral e 100 mm no interior. Importante lembrar que o inverno é a estação menos chuvosa na região sul, mas geralmente com histórico de chuvas bem distribuídas. A média histórica de chuva para julho é de 111 mm, de 90 mm para agosto e de 142 mm para setembro. Não se descarta a possibilidade de chuvas pontuais intensas no decorrer da estação.

Quanto a temperatura os modelos apresentam maiores discrepâncias. O modelo nacional do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) indica temperaturas na média/abaixo da média para julho e agosto, e na média/acima da média para setembro. O modelo internacional da Universidade da Columbia (EUA) coloca temperaturas na média para julho e setembro, e acima da média para agosto. O modelo americano do NCEP/NOAA (Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service) coloca temperaturas na média histórica, e alguma anomalia leve acima da média histórica. Utilizamos a média das temperaturas máximas e mínimas como melhor padrão para equalizar as temperaturas diárias. Para o mês de julho temperaturas de 21/12°C, 22/13°C para agosto e 23/14°C para setembro. A média histórica de dias com chuva para o trimestre é 11/10/13 dias respectivamente. É provável ondas de frio mais intensas durante o trimestre.

O vento predominante para o trimestre é de sudoeste em julho, e nordeste para agosto e setembro. A média da umidade relativa do ar histórica é de 85% para o trimestre.

Outras características do nosso inverno são os nevoeiros nas madrugas e amanhecer, bem como, mais isoladamente, os nevoeiros marítimos. Temos a maior passagem de sistemas frontais frios. Ocorrência de ciclones mais ou menos intensos, que dependendo da posição, trazem ventos mais intensos sobre o estado. Quando no oceano facilitam a ocorrência da maré meteorológica sobre o litoral e seus efeitos – ressaca e alagamentos dos baixios.

Ótimo inverno à todos nessa estação charmosa.

Semana de muitas nuvens com chuva ocasional.

A primeira semana de outono começa com a atuação da circulação marítima, e por consequência maior nebulosidade com chuva ocasional sobre o litoral e parte do planalto. A partir de quarta-feira áreas de instabilidades avançarão vindas do interior. Na quinta-feira uma nova frente fria no Rio Grande do Sul se deslocará em direção ao nosso estado, passando por aqui na sexta-feira. No sábado uma mistura de áreas de instabilidade remanescentes da passagem da frente fria e circulação marítima. No domingo predomínio da última. Dessa forma será uma semana com a presença constante das nuvens, alguns períodos de sol e condição de chuva diária. Volumes maiores são esperados para o sábado e domingo. Observe a imagem de satélite muitas nuvens no litoral e planalto catarinense nesse início de manhã.

Imagem do satélite GOES 16/NOAA/EUA – Canal True-Color + IR 10,35 µm – dia – 21/03/2022 – Hora local: 08:10 – Sul do Brasil. Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)/Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)/Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DAS) modificado por LabClima/UNIVALI. Clique para ampliar.

A semana começa com temperaturas mais baixas entre 17/25°C, mas esquenta a partir de quinta-feira com temperaturas entre 21/31°C. No domingo temperaturas mais amenas entre 22/27°C.

Ventos variáveis. Para segunda e parte de terça-feira vento da direção de sudeste. Depois predomínio do nordeste. No sábado e domingo ventos de sudoeste e sudeste. Até quinta-feira a intensidade ficará entre calmaria e vento suave. Rajadas mais fortes (40 km/h) até quarta-feira.

Em nossas praias ondas variando entre as direções de sudeste e leste. O tamanho médio ficará entre meio e 1 metro, dependendo do pico. Chance de séries maiores.

Fora da costa mar agitado até quinta-feira com ondas entre 1 e 3 metros. Restrição para embarcações de pequeno porte.

O outono já começou!

Nosso outono astronômico (equinócio de outono no hemisfério sul) começou ontem às 12 horas e 33 minutos. Assim ontem tivemos a mesma duração entre dia e noite. Esse outono de 2022 terá a influência da La Niña, mas enfraquecida. Observe as figuras 1 e 2 indicando que a partir de julho teremos neutralidade climatológica, permanecendo assim até o fim deste ano.

Figura 1: Modelo de probabilidade de El Niño – IRI ENSO. Fonte: International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University – EUA.

Figura 2: Previsão para anomalias no El Niño. Fonte: NCEP/NOAA – Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service – EUA.

Por consenso os modelos internacionais indicam chuva abaixo da média para o trimestre de abril, maio e junho, e na média para o litoral em junho. Lembrando que é possível ter chuvas pontuais mais significativas na passagem de uma frente fria, no deslocamento de áreas de instabilidade e chuva fraca persistente por causa da circulação marítima. A média histórica para a região de Itajaí é de 122 mm em abril, 118 em maio e 112 mm em junho.

As temperaturas para maioria dos modelos ficarão na média e acima da média histórica. Para o mês de abril alguns modelos indicam temperaturas abaixo da média. A média das temperaturas máximas para o mês de abril é de 27°C, 24°C para maio e 22°C de junho. As mínimas no mês de abril é 18°C, 15°C em maio e 13°C em junho. Esse é o comportamento esperado para as temperaturas máximas e mínimas conforme o histórico de Itajaí.

Finalizando a primeira parte do outono mantém características do verão, e para a segunda parte se intensifica as do inverno. Com o decorrer do outono teremos mais sistemas frontais chegando em nossa região, condições de maré meteorológicas como desse fim de semana, e entrada pontuais de massas polares trazendo frio mais intenso.

A primavera começa hoje!

A primavera astronômica começa hoje às 16 horas e 21 minutos com seu equinócio. Hoje temos incidência da luz solar igual, e assim duração igual do dia e noite. A primavera climatológica começou junto com o mês de setembro. Essa estação estará sob a influência de uma La Niña fraca (figura 1). De modo geral para a região sul do país a La Niña traz distribuição irregular de chuva, tanto no tempo como no espaço, e temperaturas mais baixas do que o normal. Lembrando que a primavera é uma estação de transição, assim num primeiro momento mantém as características do inverno, e num segundo momento adota as características do verão.

Figura 1: Modelo de probabilidade de El Niño – IRI ENSO. Fonte: International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University – EUA.

Os modelos internacionais apontam para chuva igual ou abaixo da normalidade para o mês de outubro, e dentro ou bem próximo da normalidade para os meses de novembro e dezembro para o litoral e parte norte de Santa Catarina. Para o interior, e principalmente oeste catarinense, probabilidade de 60 e 50% para chuvas abaixo da média nos meses de outubro e novembro. No mês de dezembro 40% abaixo da média para o extremo oeste. Lembrando que a primavera é a estação da recuperação das chuvas, já que o inverno é a estação menos chuvosa.

Nesse ano em Itajaí tivemos chuva acima da normalidade dos meses de janeiro a junho, com valores significativos em janeiro e junho com 100 e 175% acima da média. Para julho, agosto e até agora em setembro chuvas abaixo dos 50% esperados. O que favoreceu as chuvas sobre o litoral é a aproximação com o oceano que está mais quente e favorece as chuvas convectivas (pancadas de verão) e circulação marítima (aquela chuva intermitente). A média histórica de chuvas para o trimestre de outubro/novembro/dezembro fica entre 150 e 160 mm.

Os modelos meteorológicos apontam totais de chuva para os próximos 45 dias para nossa região na casa dos 200 mm, com picos no início e no final de outubro, e início de novembro.

Quanto as temperaturas os modelos internacionais apontam a probabilidade para o litoral de valores iguais e abaixo da normalidade para outubro e novembro, e dentro da normalidade para dezembro. Para o interior maior probabilidade de temperaturas iguais e acima da média para os três meses.

A média das temperaturas máximas e mínimas absolutas nos traduzem o padrão diário. Para o trimestre de outubro/novembro/dezembro em Itajaí as médias históricos para as máximas são de 24,4/26,5/28,3°C respectivamente, e para as mínimas de 16,6/18,1/19,7°C.

Os modelos indicam para os próximos 45 dias temperaturas dentro da normalidade. Calor é esperado para o final de setembro, e temperaturas flutuando os 24°C no mês de outubro, com um período de frio entre 9 e 12 de outubro. Nos demais dias de outubro as mínimas flutuarão os 16°C, dentro da normalidade.

Para terminar, como já colocamos pela estação de transição, chance de passagens de ciclones extratropicais, alguma onda de frio e de calor, bem como chuva mais significativa por processos convectivos.

Mesmo assim devemos aproveitar a primavera, que pela nossa posição geográfica, a percebemos! Ótima estação com saúde e paz!

O inverno de 2021, e o tempo para a semana.

O inverno astronômico começa nessa madrugada de segunda-feira, às 00h32min, com o solstício do inverno e a noite mais longa do ano. Esse inverno estará sob a influência da Neutralidade Climatológica, ou seja, quando não ocorre nem El Niño e La Niña (figura 1).

Figura 1: Modelo de probabilidade de El Niño – IRI ENSO. Fonte: International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University – EUA.

Existe consenso nos modelos internacionais e nacionais sobre a normalidade das temperaturas, dentro das médias históricas. As médias das temperaturas mínimas para o trimestre de julho, agosto e setembro são de 12/13/15°C e as máximas de 21/22/23°C respectivamente.

Quanto a chuva a tendência é que fique dentro de normalidade e abaixo da normalidade. O modelo NCEP/NOAA/EUA coloca chuva dentro da normalidade. Já o modelo do IRI/Universidade da Columbia/EUA coloca chuva abaixo da normalidade. Chance de 40% para julho, 50% para agosto e 60% para setembro. As médias históricas para nossa região é de 113/90/142 mm para o trimestre.

Contudo, vale ressaltar que a normalidade climatológica apresenta entre suas características uma variabilidade espacial e temporal. Assim poderemos ter dias sem grandes precipitações e se concentrarem num curto prazo de tempo, como ocorreu nesse mês de junho nos dias 9 e 19, inclusive com alagamentos. Essa condição serve para a precipitação, como temperatura.

Outras características de nosso inverno são as entradas de sistemas frontais, por vezes formando ciclone extratropicais com seus ventos fortes sobre o oceano e litoral. Situação que leva a maré meteorológica com o empilhamento maior das ondas sobre as praias, e assim ressacas e alagamentos dos baixios. Presença maior de nevoeiros, principalmente entre noite e início da manhã.

O tempo para a semana.

A semana terá a presença constante da nebulosidade, com exceção da terça e sexta-feira com maiores períodos de sol. Chance de chuva ocasional nessa segunda, e chuva bem isolada entre terça e quinta-feira. Isso se deve a circulação marítima. Na sexta-feira voltarão as chuvas a partir da noite pela passagem de uma nova frente fria. Sábado e domingo chuvosos. Volume significativo para domingo com até 40 mm por causa de áreas de instabilidade vindas do Paraná. Observe a imagem de satélite dessa noite (figura 2) nebulosidade presente sobre o litoral centro-norte catarinense.

Imagem do satélite GOES 16/NOAA/EUA – Canal True-Color + IR 10,35 µm – dia – 20/06/2021 – Hora local: 21:10 – Sul do Brasil. Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)/Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)/Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DAS) modificado por LabClima/UNIVALI. Clique para ampliar.

As temperaturas continuarão amenas com leve elevação. As mínimas ficarão entre 11/15°C e as máximas entre 20/25°C.

Ventos variáveis. Maior frequência dos quadrantes sudeste e sudoeste. Na maioria dos dias a intensidade será entre calmaria e brisa leve. No domingo aumento da intensidade e rajadas fortes superiores a 40 km/h.

Em nossas praias ondas variando entre sudeste e leste. Ondas de até 1,5 metros nessa segunda e terça-feira. Para quarta e quinta-feira tendência de baixa ficando entre meio a 1 metro. A partir de sexta-feira nova tendência de subida com ondas de até 1,5 metros para o final de semana.

Agitação marinha longe da costa com ondas variando entre 2 e 4 metros para segunda-feira, depois tendência de baixa. A partir de quinta-feira tendência de subida e nova agitação marinha em direção ao fim de semana com ondas entre 2 e 4 metros.

A importância do Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas¹

¹ Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas foi comemorado no dia 16 de março. Esse texto foi feito a pedido de um jornal da região.

Para entendermos o que se refere ao aquecimento global, primeiramente, e depois mudanças climáticas colocaremos duas posições e um pequeno histórico: O Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) entende que mudanças climáticas são “[…] a qualquer mudança no clima durante um período de tempo, independente se for uma variação natural ou o resultado de uma atividade humana”. (IPCC/ONU, 2007, p. 3). Ayoade em seu livro Climatologia para os trópicos coloca que “Os vários termos usados para descrever as variações no clima, a saber, a variabilidade climática, flutuações climáticas, tendências climáticas, ciclos climáticos e mudança climática referem-se a algumas escalas apropriadas de tempo e somente podem ser válidos quando usados dentro de tais escalas temporais”. (AYOADE, 1988, p. 206). Posto isso, a temática de mudanças climáticas se sobressaiu a discussão de climatologistas e meteorologistas, tornando-se de interesse público, econômico e político. Essa discussão toma forma com a criação do Fórum mundial para Mudanças Climáticas em 1988 pela Organização Mundial de Meteorologia/Organização das Nações Unidas (OMM/ONU). Consegue mais força e abre mais o leque com a ECO 92 no Rio de Janeiro em 1992. Depois com a criação da Conferência da ONU sobre Mudanças Climática (COP). Sendo a primeira, COP 1, realizada em Berlim de 1995. Na COP 3, em Kioto, Japão (1997) foi assinado por diversos países, no qual o Brasil também foi signatário, o compromisso de redução das emissões. Depois a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10 ou Cúpula da Terra II) em Joahnesburgo, África do Sul, em 2002. A COP 21 realizada em Paris, França, em 2015 teve como objetivo firmar compromissos ambiciosos em relação a redução das emissões, desmatamento, crédito de carbono, entre outros. Contudo, apesar da boa vontade política de alguns atores, especialmente a Europa, houve poucos avanços, e isso vem ocorrendo a cada COP. A próxima será a COP 26 em novembro, em Glasgow, Escócia. Toda essa discussão se dá pela possibilidade de mudanças climáticas mais drásticas em futuro próximo, com sérios riscos a preservação da vida, da economia e de governos. Os riscos são os mais variados, como mudanças dos climas, afetando a produção de alimentos, desastres naturais, perdas ou transformações de biomas etc. Na última década observamos um aumento nas temperaturas do nosso planeta. Boa parte dos cientistas já afirmam que se trata das mudanças climáticas. Com esse aumento da temperatura já observamos chuvas mais fortes, mais concentradas, com tempo severo associado (tempestades). Além disso temos secas mais persistentes, fora da época, que traz um estresse grande para a produção da alimentos (agricultura, pecuária etc.), bem como, a alguns biomas com queimadas, entre outras. O aumento da temperatura também aumenta o número de pragas, como dengue, febre amarela, para citar somente algumas. Qual a solução? Não tem resposta fácil. A solução passa por várias mudanças de postura da sociedade, modos de produção, consumo, políticas multilaterais internacionais, compensação, e mais um grande rol de ações. O importante é começar com pequenas coisas. Recicle, consuma menos, se puder ir a pé, vá. Apoie e incentive a conservação de remanescentes florestais. Procure conhecer e preferir produtos que sejam fabricados de forma mais sustentável. Apoie agendas políticas para um desenvolvimento mais sustentável. Pense no futuro, no futuro das novas gerações, seus filhos, netos. Se sensibilize, vale a pena! Afinal, e por enquanto, esse planeta, é o único lar que temos.

Outono começa nesse sábado.

Amanhã começa o outono astronômico (equinócio) às 6 horas e 38 minutos. Nesse ano ele estará sob a influência da “Neutralidade Climatológica” (figura 1). A La Niña que vinha atuando nos últimos 8 meses perdeu a força. Contudo não se tem expectativa para El Niño neste ano. Os modelos nacionais e alguns internacionais indicam chuva abaixo da média histórica para o trimestre de abril, maio e junho. Os nacionais colocam anomalias negativas de 40 a 50 mm, e probabilidade entre 40 e 45% abaixo da média. Um dos modelos do National Centers for Environmental Prediction/NCEP/National Weather Service/NOAA coloca diferentemente dos demais, chuva entre 5 e 20 mm acima da média para abril, entre 5 e 20 mm abaixo da média para maio, e entre 20 e 40 mm acima da média para junho. Todos os modelos indicam temperaturas na média e acima da média histórica.

A média histórica da precipitação para nossa região é de 121, 117 e 106 mm no trimestre. A média das temperaturas máximas e mínimas demonstram melhor o comportamento das temperaturas. As máximas para o trimestre de abril/maio/junho são de 27/24/22°C respectivamente, e as mínimas de 18/15/13°C.

O registro do vento predominante para a estação é de sudoeste para os três meses. O segundo vento com maior frequência é da direção de nordeste. A média da umidade relativa do ar é superior a 85%.

Lembrando que é uma estação de transição, ou seja, na sua primeira metade mantém a cara do verão, na segunda do inverno. Ocorre também o aumento das passagens de frentes frias.

Chuva isolada para o fim de semana.

Observe a imagem de satélite dessa noite uma frente fria entre São Paulo e Rio de Janeiro. Nebulosidade presente sobre o litoral por causa da circulação marítima.

Para sexta-feira e sábado a circulação marítima atuará sobre o litoral, e áreas de instabilidades no interior. Nada de novidade. Assim teremos um pouco mais de nuvens na sexta-feira com chuva fraca ocasional. No sábado bons períodos de sol com chuva isolada na madrugada. Para domingo uma nova frente fria se deslocará em direção ao estado. Assim teremos maior presença das nuvens. Chuva na madrugada e ao final da tarde/noite. Chuva mais significativa para segunda, terça e parte de quarta-feira.

Na sexta-feira a temperatura não sobe muito ficando por volta dos 28°C. Para sábado chega aos 31°C e 34°C no domingo.

Vento variável com intensidade entre calmaria e brisa leve.

Em nossas praias ondas das direções de sudeste e leste conforme a praia. O tamanho ficará entre meio a 1 metro dependendo do pico.

Fora da costa leve agitação marinha com ondas entre 1,5 a 2,5 metros de direção sul.