Mudança de tempo e estação no decorrer da semana

A semana começa com circulação marítima. Na terça-feira uma nova frente fria se deslocará em direção ao estado, passando por aqui na quarta-feira. Depois, circulação marítima associada a áreas de instabilidade. Dessa forma as condições de bons períodos de sol se manterão até terça-feira. Para o resto da semana presença constante das nuvens com chuva diária e trovoada isolada. Observe a imagem de satélite (figura 1) dessa noite pouca nebulosidade em Santa Catarina e a frente fria se intensificando sobre o Uruguai (colorido).

Nessa segunda-feira, mais precisamente, às 12 horas e 33 minutos começará nosso outono astronômico, equinócio de outono. A princípio o equinócio se refere a duração iguais entre dia e noite. No caso de Itajaí, pela sua posição, esse dia será no sábado, dia 25, com nascer do sol às 6 horas e 20 minutos e pôr do sol às 18 horas e 20 minutos, ou seja, 12 horas para dia e noite. A La Niña que vinha atuando a bastante tempo, termina. A partir de maio o El Niño chegará, mas de forma fraca até o fim do ano, ou seja, inverno e primavera será influenciado por ele, o outono ainda não (figura 2).

Imagem do satélite GOES 16/NOAA/EUA – Canal True-Color + IR 10,35 µm – dia – 19/03/2023 – Hora local: 19:30 – Sul do Brasil. Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)/Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)/Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DAS) modificado por LabClima/UNIVALI. Clique para ampliar.

Figura 2: Previsão para anomalias no El Niño. Fonte: NCEP/NOAA – Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service – EUA.

Segunda e terça-feira terão bons períodos de sol como no fim de semana. Condições de chuva com trovoada a partir do final da tarde de terça-feira. Para o período de quarta-feira até o domingo a nebulosidade estará sempre presente com maiores ou menores períodos de sol. Condições de chuva diária com trovoada isolada. A princípio quarta, quinta e sexta-feira com volume igual ou acima de 10 mm/dia. Nos demais dias volumes menores.

A semana começa com calor com máximas entre 32/34°C para segunda e terça. Para quarta, quinta e sexta-feira mínimas entre 19/20°C e máximas entre 27/30°C. No fim de semana temperaturas entre 20/31°C.

Na semana maior frequência de vento das direções de noroeste/nordeste e, depois, de sudoeste/sudeste. A intensidade ficará entre calmaria e brisa leve. Rajadas médias inferiores a 30 km/h com exceção de sábado acima de 40 km/h.

Em nossas praias ondas variando entre as direções de leste e sudeste dependendo do pico. O tamanho médio na maioria dos dias ficará entre liso e meio metro.

Sem agitação marinha na costa e próximo da costa com ondas entre 1 e 2 metros.

Nosso outono de 2023

Nesse mês de março a La Niña chega ao seu final. Teremos um período de neutralidade, e a partir de maio um El Niño fraco até o fim do ano (figura 2).

Os modelos apontam para um outono com chuvas dentro da normalidade. A média histórica para a cidade de Itajaí é de 121 mm para abril, 120 mm para maio e 112 mm em junho.

O outono é uma estação de transição. Assim em sua primeira metade permanece as características do verão, depois a do inverno.

Os modelos climáticos indicam temperaturas na média/acima da média. Usamos a média das máximas e mínimas que fica próximo do nosso dia a dia. A média das máximas para o trimestre de abril/maio/junho são 27,0/24,1/22,1°C. Para as mínimas são de 18,0/14,7/12,7°C. Perceba que historicamente abril fica mais fresco, com manhãs na casa dos 18°C e tardes na casa dos 27°C.

Lembrando que com a chegada do outono, aumenta as entradas de frentes frias. Assim condições de eventos pontuais de mais frio e chance de marés meteorológicas que trazem ressaca ao nosso litoral.

Primavera de 2022

A primavera astronômica começará nesta quinta-feira às 22 horas e 4 minutos com o equinócio da primavera no hemisfério sul. A estação nesse ano estará sob a influência da La Niña com intensidade fraca (figuras 1 e 2). Os modelos indicam para outubro e novembro temperaturas negativas no Oceano Pacífico de 1,1°C e 0,9°C para dezembro. Lembrando que La Niña é um fenômeno oceano-atmosférico de resfriamento anormal das águas tropicais do Oceano Pacífico. O padrão é a partir de 0,5°C negativos. A partir de fevereiro de 2023 teremos neutralidade climatológica (entre 0,5°C negativo e positivo). Como característica geral para a região sul a La Niña traz irregularidade para precipitação, tanto espaço como temporalmente, ou seja, vários dias sem chuva e depois chove intensamente num período curto. Estiagem ou seca numa região e noutra não. Cabe ressaltar que junto ao litoral essas condições são amenizadas pela evaporação do oceano, circulação marítima, que trazem chuva convectiva local. Para a temperatura o efeito é de valores abaixo da média histórica. Teremos dias com muito calor, outros nem tanto, mas ao final da estação, será um pouco mais fria que o esperado.

Figura 1: Previsão para anomalias no El Niño. Fonte: NCEP/NOAA – Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service – EUA.
Figura 2: Modelo de probabilidade de El Niño – IRI ENSO. Fonte: International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University – EUA.

Não existe consenso entre os modelos internacionais, e nem mesmo, para os nacionais. O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) indica totais de chuva para o trimestre de outubro, novembro e dezembro de 500 mm para o litoral central e norte, que estaria próximo da normalidade para nossa região. Se considerarmos os valores de anomalia mensal esse modelo indica 35% de probabilidade de chuva na média/abaixo da média para outubro, 60% para novembro e 45% para dezembro. O modelo NCEP/NOAA (Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service) indica precipitação dentro da normalidade. O modelo IRI/Columbia (International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University) indica probabilidade de 40% de chuva na média/abaixo da média histórica para outubro e novembro e dentro da média para dezembro. Esse ano já começou com La Niña. Tivemos chuva abaixo da média nos meses de janeiro, fevereiro, abril e julho. Na normalidade em março e junho. Acima da média os meses de maio e agosto. O mês de setembro, até hoje, choveu 81% do esperado. A média histórica de Itajaí para o trimestre é de 152 mm para outubro, 151 mm para novembro e 162 mm para dezembro. Observando a maioria dos modelos ficaremos próximo disso.

Quanto as temperaturas os modelos nacionais apontam para probabilidade de 40% na média/abaixo da média para outubro, dentro da média para novembro e 60% na média/abaixo da média para dezembro. Anomalias médias de 0,2°C negativos para esse trimestre. O modelo do NCEP/NOAA coloca temperaturas na média histórica. Já o modelo IRI/Columbia indica probabilidade entre 40/45°C na média/abaixo da média para outubro e novembro, e na média para dezembro. O valor mensal da média das máximas e mínimas de Itajaí, mais próximo do que acontece diariamente, são de 24,6/16,9°C para outubro, 26,6/18,4°C para novembro e 28,6/20,0°C para dezembro.

Outros dados para essa primavera. A média da umidade relativa do ar para esse trimestre em Itajaí fica entre 80 e 82%. Pelos dados históricos o vento de nordeste predomina nesse período.

Finalizando é sempre bom lembrar que essa é uma estação de transição. Assim na sua primeira parte tem características de inverno com temperaturas mais amenas e na segunda do verão, com calor presente.

Anomalias significativas e eventos climáticos de junho de 2022.

Por Murilo Soares, Oceanógrafo

A temperatura média global continuou com a tendência notavelmente quente de 2022, já que tanto o mês junho, quanto o ano até agora ficaram em sexto lugar como o mais quente já registrado.

Além disso, o gelo marinho global atingiu mínimos quase recordes no mês passado, com a Antártida tendo sua menor cobertura de gelo em junho já registrada, de acordo com cientistas NCEI (National Centers for Environmental Information) da NOAA (National Oceanic & Atmospheric Administration).

Analisando o clima com alguns números de junho de 2022:

A temperatura média da superfície global (terra e oceano) foi de 0,87°C acima da média do século 20 de 15,5°C, tornando o sexto mês mais quente no recorde de 143 anos.

Junho de 2022 foi o 46º junho consecutivo e o 450º mês consecutivo com temperaturas acima da média do século XX. Desde 2010 foram registrados os dez junhos mais quentes.

Olhando apenas para a temperatura da terra, junho de 2022 foi o segundo junho mais quente do Hemisfério Norte já registrado com 1,56°C acima da média – atrás do recorde de junho de 2021. A Europa e a Ásia também tiveram registrada sua segunda temperatura terrestre mais quente nesse mês.

A primeira metade de 2022 ficou em sexto lugar mais quente, com uma temperatura global de 0,85°C acima da média do século 20 de 13,5°C.

De acordo com as “Perspectivas de Temperatura Anual Global” do NCEI/NOAA, há mais de 99% de chance de que 2022 esteja entre os 10 anos mais quentes já registrados, mas apenas 11% de chance de estar entre os cinco mais quentes.

A atividade dos ciclones tropicais se manteve na média para junho de 2022, que produziu cinco tempestades nomeadas em todo o mundo, o que é normal para junho. Apenas um deles, o furacão Blas no Pacífico Oriental, atingiu a força do ciclone tropical (120 km/h). Embora a tempestade tropical Alex de junho, tenha sido apenas uma tempestade tropical por aproximadamente 30 horas, foi a primeira tempestade nomeada do Atlântico da temporada.

Grande parte da América do Sul experimentou temperaturas próximas das mais frias do que a média normal para o mês de junho, com isso tivemos o mês mais frio desde o ano de 2006.

Texto adaptado de National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) – News & Features de 14/07/2022.

Link da matéria: https://www.noaa.gov/news/june-2022-was-earths-6th-warmest-on-record

Figura 1 – Anomalias e eventos climáticos significativos selecionados: junho de 2022. Fonte: NOAA/EUA.
Figura 2 – Percentis de temperatura terrestre e oceânica junho de 2022. Fonte: NOAA/EUA
Figura 3 – Temperatura média da Terra e do Oceano de junho de 2022. Fonte: NOAA/EUA.

Inverno de 2022

Amanhã às 6 horas e 14 minutos começará o inverno astronômico com o solstício de inverno de 2022. O dia será mais curto e a noite mais longa. Essa é uma característica dessa estação, e assim será nos próximos dias, com amanhecer tardio e anoitecer mais cedo. Esse inverno estará sob a influência da La Niña com intensidade fraca. A La Niña atua desde julho de 2021 (figura 1), e se manterá no mínimo até novembro (figura 2). A La Niña tem como características gerais para a região sul temperaturas mais amenas, ou seja, o inverno mais frio, um verão mais fresco. Também influencia o regime de chuvas, trazendo irregularidade na precipitação, tanto no espaço, como no tempo. Assim pode chover bem numa região, e noutra não. Estiagem, e logo após, chuvas concentradas. Lembrando que a intensidade está fraca, e assim atenua essas características, como também outros fatores regionais e locais que influenciam.

Figura 1: Previsão para anomalias no El Niño. Fonte: NCEP/NOAA – Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service – EUA.

Figura 2: Modelo de probabilidade de El Niño – IRI ENSO. Fonte: International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University – EUA.

Não há um consenso entre os modelos internacionais e nacionais, mas algumas proximidades nos prognósticos. Quanto a precipitação para o trimestre de julho, agosto e setembro indicam chuva abaixo da média histórica. Alguns modelos colocam 50% de chance de chuva abaixo da média para julho, 40% para agosto e setembro. No interior do estado a chance aumenta para 50% em setembro. Quanto a anomalia negativa chance de 50 mm de chuva no litoral e 100 mm no interior. Importante lembrar que o inverno é a estação menos chuvosa na região sul, mas geralmente com histórico de chuvas bem distribuídas. A média histórica de chuva para julho é de 111 mm, de 90 mm para agosto e de 142 mm para setembro. Não se descarta a possibilidade de chuvas pontuais intensas no decorrer da estação.

Quanto a temperatura os modelos apresentam maiores discrepâncias. O modelo nacional do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) indica temperaturas na média/abaixo da média para julho e agosto, e na média/acima da média para setembro. O modelo internacional da Universidade da Columbia (EUA) coloca temperaturas na média para julho e setembro, e acima da média para agosto. O modelo americano do NCEP/NOAA (Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service) coloca temperaturas na média histórica, e alguma anomalia leve acima da média histórica. Utilizamos a média das temperaturas máximas e mínimas como melhor padrão para equalizar as temperaturas diárias. Para o mês de julho temperaturas de 21/12°C, 22/13°C para agosto e 23/14°C para setembro. A média histórica de dias com chuva para o trimestre é 11/10/13 dias respectivamente. É provável ondas de frio mais intensas durante o trimestre.

O vento predominante para o trimestre é de sudoeste em julho, e nordeste para agosto e setembro. A média da umidade relativa do ar histórica é de 85% para o trimestre.

Outras características do nosso inverno são os nevoeiros nas madrugas e amanhecer, bem como, mais isoladamente, os nevoeiros marítimos. Temos a maior passagem de sistemas frontais frios. Ocorrência de ciclones mais ou menos intensos, que dependendo da posição, trazem ventos mais intensos sobre o estado. Quando no oceano facilitam a ocorrência da maré meteorológica sobre o litoral e seus efeitos – ressaca e alagamentos dos baixios.

Ótimo inverno à todos nessa estação charmosa.

Semana de muitas nuvens com chuva ocasional.

A primeira semana de outono começa com a atuação da circulação marítima, e por consequência maior nebulosidade com chuva ocasional sobre o litoral e parte do planalto. A partir de quarta-feira áreas de instabilidades avançarão vindas do interior. Na quinta-feira uma nova frente fria no Rio Grande do Sul se deslocará em direção ao nosso estado, passando por aqui na sexta-feira. No sábado uma mistura de áreas de instabilidade remanescentes da passagem da frente fria e circulação marítima. No domingo predomínio da última. Dessa forma será uma semana com a presença constante das nuvens, alguns períodos de sol e condição de chuva diária. Volumes maiores são esperados para o sábado e domingo. Observe a imagem de satélite muitas nuvens no litoral e planalto catarinense nesse início de manhã.

Imagem do satélite GOES 16/NOAA/EUA – Canal True-Color + IR 10,35 µm – dia – 21/03/2022 – Hora local: 08:10 – Sul do Brasil. Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)/Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)/Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DAS) modificado por LabClima/UNIVALI. Clique para ampliar.

A semana começa com temperaturas mais baixas entre 17/25°C, mas esquenta a partir de quinta-feira com temperaturas entre 21/31°C. No domingo temperaturas mais amenas entre 22/27°C.

Ventos variáveis. Para segunda e parte de terça-feira vento da direção de sudeste. Depois predomínio do nordeste. No sábado e domingo ventos de sudoeste e sudeste. Até quinta-feira a intensidade ficará entre calmaria e vento suave. Rajadas mais fortes (40 km/h) até quarta-feira.

Em nossas praias ondas variando entre as direções de sudeste e leste. O tamanho médio ficará entre meio e 1 metro, dependendo do pico. Chance de séries maiores.

Fora da costa mar agitado até quinta-feira com ondas entre 1 e 3 metros. Restrição para embarcações de pequeno porte.

O outono já começou!

Nosso outono astronômico (equinócio de outono no hemisfério sul) começou ontem às 12 horas e 33 minutos. Assim ontem tivemos a mesma duração entre dia e noite. Esse outono de 2022 terá a influência da La Niña, mas enfraquecida. Observe as figuras 1 e 2 indicando que a partir de julho teremos neutralidade climatológica, permanecendo assim até o fim deste ano.

Figura 1: Modelo de probabilidade de El Niño – IRI ENSO. Fonte: International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University – EUA.

Figura 2: Previsão para anomalias no El Niño. Fonte: NCEP/NOAA – Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service – EUA.

Por consenso os modelos internacionais indicam chuva abaixo da média para o trimestre de abril, maio e junho, e na média para o litoral em junho. Lembrando que é possível ter chuvas pontuais mais significativas na passagem de uma frente fria, no deslocamento de áreas de instabilidade e chuva fraca persistente por causa da circulação marítima. A média histórica para a região de Itajaí é de 122 mm em abril, 118 em maio e 112 mm em junho.

As temperaturas para maioria dos modelos ficarão na média e acima da média histórica. Para o mês de abril alguns modelos indicam temperaturas abaixo da média. A média das temperaturas máximas para o mês de abril é de 27°C, 24°C para maio e 22°C de junho. As mínimas no mês de abril é 18°C, 15°C em maio e 13°C em junho. Esse é o comportamento esperado para as temperaturas máximas e mínimas conforme o histórico de Itajaí.

Finalizando a primeira parte do outono mantém características do verão, e para a segunda parte se intensifica as do inverno. Com o decorrer do outono teremos mais sistemas frontais chegando em nossa região, condições de maré meteorológicas como desse fim de semana, e entrada pontuais de massas polares trazendo frio mais intenso.

A primavera começa hoje!

A primavera astronômica começa hoje às 16 horas e 21 minutos com seu equinócio. Hoje temos incidência da luz solar igual, e assim duração igual do dia e noite. A primavera climatológica começou junto com o mês de setembro. Essa estação estará sob a influência de uma La Niña fraca (figura 1). De modo geral para a região sul do país a La Niña traz distribuição irregular de chuva, tanto no tempo como no espaço, e temperaturas mais baixas do que o normal. Lembrando que a primavera é uma estação de transição, assim num primeiro momento mantém as características do inverno, e num segundo momento adota as características do verão.

Figura 1: Modelo de probabilidade de El Niño – IRI ENSO. Fonte: International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University – EUA.

Os modelos internacionais apontam para chuva igual ou abaixo da normalidade para o mês de outubro, e dentro ou bem próximo da normalidade para os meses de novembro e dezembro para o litoral e parte norte de Santa Catarina. Para o interior, e principalmente oeste catarinense, probabilidade de 60 e 50% para chuvas abaixo da média nos meses de outubro e novembro. No mês de dezembro 40% abaixo da média para o extremo oeste. Lembrando que a primavera é a estação da recuperação das chuvas, já que o inverno é a estação menos chuvosa.

Nesse ano em Itajaí tivemos chuva acima da normalidade dos meses de janeiro a junho, com valores significativos em janeiro e junho com 100 e 175% acima da média. Para julho, agosto e até agora em setembro chuvas abaixo dos 50% esperados. O que favoreceu as chuvas sobre o litoral é a aproximação com o oceano que está mais quente e favorece as chuvas convectivas (pancadas de verão) e circulação marítima (aquela chuva intermitente). A média histórica de chuvas para o trimestre de outubro/novembro/dezembro fica entre 150 e 160 mm.

Os modelos meteorológicos apontam totais de chuva para os próximos 45 dias para nossa região na casa dos 200 mm, com picos no início e no final de outubro, e início de novembro.

Quanto as temperaturas os modelos internacionais apontam a probabilidade para o litoral de valores iguais e abaixo da normalidade para outubro e novembro, e dentro da normalidade para dezembro. Para o interior maior probabilidade de temperaturas iguais e acima da média para os três meses.

A média das temperaturas máximas e mínimas absolutas nos traduzem o padrão diário. Para o trimestre de outubro/novembro/dezembro em Itajaí as médias históricos para as máximas são de 24,4/26,5/28,3°C respectivamente, e para as mínimas de 16,6/18,1/19,7°C.

Os modelos indicam para os próximos 45 dias temperaturas dentro da normalidade. Calor é esperado para o final de setembro, e temperaturas flutuando os 24°C no mês de outubro, com um período de frio entre 9 e 12 de outubro. Nos demais dias de outubro as mínimas flutuarão os 16°C, dentro da normalidade.

Para terminar, como já colocamos pela estação de transição, chance de passagens de ciclones extratropicais, alguma onda de frio e de calor, bem como chuva mais significativa por processos convectivos.

Mesmo assim devemos aproveitar a primavera, que pela nossa posição geográfica, a percebemos! Ótima estação com saúde e paz!

O inverno de 2021, e o tempo para a semana.

O inverno astronômico começa nessa madrugada de segunda-feira, às 00h32min, com o solstício do inverno e a noite mais longa do ano. Esse inverno estará sob a influência da Neutralidade Climatológica, ou seja, quando não ocorre nem El Niño e La Niña (figura 1).

Figura 1: Modelo de probabilidade de El Niño – IRI ENSO. Fonte: International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University – EUA.

Existe consenso nos modelos internacionais e nacionais sobre a normalidade das temperaturas, dentro das médias históricas. As médias das temperaturas mínimas para o trimestre de julho, agosto e setembro são de 12/13/15°C e as máximas de 21/22/23°C respectivamente.

Quanto a chuva a tendência é que fique dentro de normalidade e abaixo da normalidade. O modelo NCEP/NOAA/EUA coloca chuva dentro da normalidade. Já o modelo do IRI/Universidade da Columbia/EUA coloca chuva abaixo da normalidade. Chance de 40% para julho, 50% para agosto e 60% para setembro. As médias históricas para nossa região é de 113/90/142 mm para o trimestre.

Contudo, vale ressaltar que a normalidade climatológica apresenta entre suas características uma variabilidade espacial e temporal. Assim poderemos ter dias sem grandes precipitações e se concentrarem num curto prazo de tempo, como ocorreu nesse mês de junho nos dias 9 e 19, inclusive com alagamentos. Essa condição serve para a precipitação, como temperatura.

Outras características de nosso inverno são as entradas de sistemas frontais, por vezes formando ciclone extratropicais com seus ventos fortes sobre o oceano e litoral. Situação que leva a maré meteorológica com o empilhamento maior das ondas sobre as praias, e assim ressacas e alagamentos dos baixios. Presença maior de nevoeiros, principalmente entre noite e início da manhã.

O tempo para a semana.

A semana terá a presença constante da nebulosidade, com exceção da terça e sexta-feira com maiores períodos de sol. Chance de chuva ocasional nessa segunda, e chuva bem isolada entre terça e quinta-feira. Isso se deve a circulação marítima. Na sexta-feira voltarão as chuvas a partir da noite pela passagem de uma nova frente fria. Sábado e domingo chuvosos. Volume significativo para domingo com até 40 mm por causa de áreas de instabilidade vindas do Paraná. Observe a imagem de satélite dessa noite (figura 2) nebulosidade presente sobre o litoral centro-norte catarinense.

Imagem do satélite GOES 16/NOAA/EUA – Canal True-Color + IR 10,35 µm – dia – 20/06/2021 – Hora local: 21:10 – Sul do Brasil. Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)/Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC)/Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais (DAS) modificado por LabClima/UNIVALI. Clique para ampliar.

As temperaturas continuarão amenas com leve elevação. As mínimas ficarão entre 11/15°C e as máximas entre 20/25°C.

Ventos variáveis. Maior frequência dos quadrantes sudeste e sudoeste. Na maioria dos dias a intensidade será entre calmaria e brisa leve. No domingo aumento da intensidade e rajadas fortes superiores a 40 km/h.

Em nossas praias ondas variando entre sudeste e leste. Ondas de até 1,5 metros nessa segunda e terça-feira. Para quarta e quinta-feira tendência de baixa ficando entre meio a 1 metro. A partir de sexta-feira nova tendência de subida com ondas de até 1,5 metros para o final de semana.

Agitação marinha longe da costa com ondas variando entre 2 e 4 metros para segunda-feira, depois tendência de baixa. A partir de quinta-feira tendência de subida e nova agitação marinha em direção ao fim de semana com ondas entre 2 e 4 metros.

Outono começa nesse sábado.

Amanhã começa o outono astronômico (equinócio) às 6 horas e 38 minutos. Nesse ano ele estará sob a influência da “Neutralidade Climatológica” (figura 1). A La Niña que vinha atuando nos últimos 8 meses perdeu a força. Contudo não se tem expectativa para El Niño neste ano. Os modelos nacionais e alguns internacionais indicam chuva abaixo da média histórica para o trimestre de abril, maio e junho. Os nacionais colocam anomalias negativas de 40 a 50 mm, e probabilidade entre 40 e 45% abaixo da média. Um dos modelos do National Centers for Environmental Prediction/NCEP/National Weather Service/NOAA coloca diferentemente dos demais, chuva entre 5 e 20 mm acima da média para abril, entre 5 e 20 mm abaixo da média para maio, e entre 20 e 40 mm acima da média para junho. Todos os modelos indicam temperaturas na média e acima da média histórica.

A média histórica da precipitação para nossa região é de 121, 117 e 106 mm no trimestre. A média das temperaturas máximas e mínimas demonstram melhor o comportamento das temperaturas. As máximas para o trimestre de abril/maio/junho são de 27/24/22°C respectivamente, e as mínimas de 18/15/13°C.

O registro do vento predominante para a estação é de sudoeste para os três meses. O segundo vento com maior frequência é da direção de nordeste. A média da umidade relativa do ar é superior a 85%.

Lembrando que é uma estação de transição, ou seja, na sua primeira metade mantém a cara do verão, na segunda do inverno. Ocorre também o aumento das passagens de frentes frias.

Chuva isolada para o fim de semana.

Observe a imagem de satélite dessa noite uma frente fria entre São Paulo e Rio de Janeiro. Nebulosidade presente sobre o litoral por causa da circulação marítima.

Para sexta-feira e sábado a circulação marítima atuará sobre o litoral, e áreas de instabilidades no interior. Nada de novidade. Assim teremos um pouco mais de nuvens na sexta-feira com chuva fraca ocasional. No sábado bons períodos de sol com chuva isolada na madrugada. Para domingo uma nova frente fria se deslocará em direção ao estado. Assim teremos maior presença das nuvens. Chuva na madrugada e ao final da tarde/noite. Chuva mais significativa para segunda, terça e parte de quarta-feira.

Na sexta-feira a temperatura não sobe muito ficando por volta dos 28°C. Para sábado chega aos 31°C e 34°C no domingo.

Vento variável com intensidade entre calmaria e brisa leve.

Em nossas praias ondas das direções de sudeste e leste conforme a praia. O tamanho ficará entre meio a 1 metro dependendo do pico.

Fora da costa leve agitação marinha com ondas entre 1,5 a 2,5 metros de direção sul.

Primavera de 2020.

A primavera astronômica começará nessa terça-feira (22/09) às 10 horas e 31 minutos com o equinócio da primavera, tendo o dia e noite, mesma duração. A primavera climatológica começou com o mês de setembro. Conforme os dados históricos para região é esperado temperaturas mínimas de 17/18/19°C para o trimestre outubro, novembro e dezembro, e as temperaturas máximas de 24/26/28°C respectivamente. Em relação as chuvas os dados para esse trimestre são de 154/150/159 mm. Ocorre precipitação em 15 dias de cada mês. Também há um aumento das chuvas convectivas (chuvas de verão) pela temperatura e pelo oceano Atlântico mais quente em nossa costa. O vento predominante para esse período é da direção nordeste com velocidade média de 7 km/h. Lembrando que a primavera é uma estação de transição, ou seja, em sua primeira metade com características de inverno, e na segunda, do verão. Tanto é que temos máxima absoluta de 38,4°C em dezembro, e mínima absoluta de 4,2°C em outubro.

Para esse ano a primavera estará sob a influência do La Niña (resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico). Para a região sul o La Niña tem como características gerais irregularidade nas chuvas, e menor temperatura. Essa condição permanecerá no mínimo até janeiro de 2021 (figuras 1 e 2).

Figura 1: Previsão para anomalias no El Niño. Fonte: NCEP/NOAA – Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service – EUA.

Figura 2: Modelo de probabilidade de El Niño – IRI ENSO.  Fonte: International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University – EUA.

Os modelos não demonstram consenso em relação ao prognóstico para temperatura e precipitação para esse trimestre. Os modelos internacionais, especialmente o do NCEP/NOAA e IRI/ Columbia University, apontam chuva dentro da normalidade, com exceção de outubro, com volumes abaixo da média histórica. Para as temperaturas o esperado é dentro da normalidade/levemente acima. O modelo do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) para o trimestre indica chuva abaixo da média. Contudo apresenta nos modelos de anomalias mensais, chuva acima da média para outubro e novembro, e abaixo da média em dezembro. Quanto as temperaturas indicam temperaturas acima da média (0,6°C) para outubro, e abaixo da média para novembro (0,4°C) e dezembro com (1,0°C).

Ótima primavera à todos!!!

O inverno de 2019.

O inverno astronômico começou hoje às 12 horas e 54 minutos com o solstício do inverno, quando nosso hemisfério está menos inclinado em direção ao sol, e assim recebendo menos energia. O inverno deste ano estará sob a influência do El Niño fraco, beirando a neutralidade climatológica.

Dados do NCEP (Center for Weather and Climate Prediction) indica esse fenômeno de forma fraca, e a partir de julho o início da neutralidade climatológica (figura 1).

Figura 1: Previsão para anomalias no El Niño. Fonte: NCEP/NOAA – Center for Weather and Climate Prediction – National Weather Service – EUA.

Já dados do IRI (International Research Institute for Climate and Society ) indica a continuação desse fenômeno de forma fraca até janeiro de 2019 (figura 2).

Figura 2: Modelo de probabilidade de El Niño – IRI ENSO. Fonte: International Research Institute for Climate and Society – Earth Institute – Columbia University – EUA.

As características mais gerais do El Niño para a região sul é maior precipitação e calor. Na neutralidade temos uma maior variação. Lembrando que o mês de maio tivemos chuvas 60% acima da média histórica para a região, contudo nesse mês de junho, até a presente data, e sem indicativos de volumes mais intensos, terminará com chuvas abaixo da média. Até hoje choveu somente 31% do esperado para o mês. Quanto as temperaturas estão mais altas, entorno de 2,5°C acima da média das mínimas e máximas.

Dito isso os modelos não indicam consenso. Alguns colocam chuva acima da média, principalmente para o Rio Grande do Sul e para o sul de Santa Catarina (setembro).

O que esperar para nosso inverno? Em termos de chuva ficará na média e abaixo da média para os meses de julho e agosto, e na média para o mês de setembro. Quanto as temperaturas ficarão acima da média para o trimestre de julho/agosto/setembro. Contudo o frio mais intenso será por meio de ondas de frio, ou seja, períodos menores de frio após passagem de frentes frias mais fortes.

O comportamento esperado (histórico) da média das temperaturas máximas e mínimas para esse trimestre é de 21,0/22,0/22,4°C e 12,0/13,0/14,4°C respectivamente. Para as chuvas são 120/92/145 mm. Os ventos predominantes são de sudoeste para julho e nordeste para agosto e setembro.

Nessa estação também temos a intensificação de nevoeiros, principalmente os radiativos. Esses se desenvolvem pelo esfriamento intenso do solo que condensa o ar acima, e se dissipam com a chegada do sol.