A importância do Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas¹

¹ Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas foi comemorado no dia 16 de março. Esse texto foi feito a pedido de um jornal da região.

Para entendermos o que se refere ao aquecimento global, primeiramente, e depois mudanças climáticas colocaremos duas posições e um pequeno histórico: O Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC) entende que mudanças climáticas são “[…] a qualquer mudança no clima durante um período de tempo, independente se for uma variação natural ou o resultado de uma atividade humana”. (IPCC/ONU, 2007, p. 3). Ayoade em seu livro Climatologia para os trópicos coloca que “Os vários termos usados para descrever as variações no clima, a saber, a variabilidade climática, flutuações climáticas, tendências climáticas, ciclos climáticos e mudança climática referem-se a algumas escalas apropriadas de tempo e somente podem ser válidos quando usados dentro de tais escalas temporais”. (AYOADE, 1988, p. 206). Posto isso, a temática de mudanças climáticas se sobressaiu a discussão de climatologistas e meteorologistas, tornando-se de interesse público, econômico e político. Essa discussão toma forma com a criação do Fórum mundial para Mudanças Climáticas em 1988 pela Organização Mundial de Meteorologia/Organização das Nações Unidas (OMM/ONU). Consegue mais força e abre mais o leque com a ECO 92 no Rio de Janeiro em 1992. Depois com a criação da Conferência da ONU sobre Mudanças Climática (COP). Sendo a primeira, COP 1, realizada em Berlim de 1995. Na COP 3, em Kioto, Japão (1997) foi assinado por diversos países, no qual o Brasil também foi signatário, o compromisso de redução das emissões. Depois a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10 ou Cúpula da Terra II) em Joahnesburgo, África do Sul, em 2002. A COP 21 realizada em Paris, França, em 2015 teve como objetivo firmar compromissos ambiciosos em relação a redução das emissões, desmatamento, crédito de carbono, entre outros. Contudo, apesar da boa vontade política de alguns atores, especialmente a Europa, houve poucos avanços, e isso vem ocorrendo a cada COP. A próxima será a COP 26 em novembro, em Glasgow, Escócia. Toda essa discussão se dá pela possibilidade de mudanças climáticas mais drásticas em futuro próximo, com sérios riscos a preservação da vida, da economia e de governos. Os riscos são os mais variados, como mudanças dos climas, afetando a produção de alimentos, desastres naturais, perdas ou transformações de biomas etc. Na última década observamos um aumento nas temperaturas do nosso planeta. Boa parte dos cientistas já afirmam que se trata das mudanças climáticas. Com esse aumento da temperatura já observamos chuvas mais fortes, mais concentradas, com tempo severo associado (tempestades). Além disso temos secas mais persistentes, fora da época, que traz um estresse grande para a produção da alimentos (agricultura, pecuária etc.), bem como, a alguns biomas com queimadas, entre outras. O aumento da temperatura também aumenta o número de pragas, como dengue, febre amarela, para citar somente algumas. Qual a solução? Não tem resposta fácil. A solução passa por várias mudanças de postura da sociedade, modos de produção, consumo, políticas multilaterais internacionais, compensação, e mais um grande rol de ações. O importante é começar com pequenas coisas. Recicle, consuma menos, se puder ir a pé, vá. Apoie e incentive a conservação de remanescentes florestais. Procure conhecer e preferir produtos que sejam fabricados de forma mais sustentável. Apoie agendas políticas para um desenvolvimento mais sustentável. Pense no futuro, no futuro das novas gerações, seus filhos, netos. Se sensibilize, vale a pena! Afinal, e por enquanto, esse planeta, é o único lar que temos.